terça-feira, 31 de maio de 2011



Quis me ler até o ponto final.

Se distraiu com as reticências...

Não viu o meu amor nas entrelinhas.


domingo, 29 de maio de 2011

O medo de amar




No filme Comer rezar e amar, a atriz Julia Roberts, vivendo a personagem Elizabeth, passa por diversas experiências em busca de si mesma. Nessa busca, vive de maneira conflitante a questão do amor - como, aliás, todos nós – não sabendo se pode ou não entregar-se a ele. A dúvida tem bastante lógica, pois, conforme a experiência demonstra, a possibilidade de sairmos feridos de uma relação é bastante real. Não sabemos o que se passa no coração do outro. Nesse caso, o que é pior: entregar-se ou não? Enfrentar ou fugir da dor?
A mulher tem naturalmente mais facilidade do que o homem para essa “rendição”, essa entrega. Mas no filme, Elizabeth, de tanto decepcionar-se, termina seus relacionamentos antes que amadureçam, procurando evitar a dor do fim. Provavelmente vivemos isso hoje em larga escala, banalizando os relacionamentos.
Essa dor parece ser menor quando nós próprios tomamos a iniciativa, fugindo do imprevisível, da insegurança de deixar o “golpe” nas mãos do outro. Ai, porém, talvez venhamos a perder o melhor, o essencial da relação: conhecer-nos e conhecer o outro, porque a couraça do medo, da prevenção, fatalmente cortará o fluxo das energias, não deixando correr o rio da compreensão que se encontra represado dentro de nós.
Aprendemos que a vida foi feita para os lutadores e por isso exaltamos nossa consciência masculina, que, sem o equilíbrio da feminina, fica enrijecida. Somos todos assim, homens e mulheres. Criamos uma mentalidade guerreira. Estamos sempre lutando por algo. Dessa forma, nunca largamos nossas espadas.
O processo de espiritualização – tanto nos homens quanto nas mulheres – é um processo de feminização, um acalmar da mente, o cultivo do magnetismo pessoal. Segundo o Bhagavad Gita, o espírito realmente não faz nada, sendo o impulso da criação baseado na força do desejo.
Se estivermos interessados num retorno ao amor, não há outro caminho. Ainda que preservando nosso próprio mundo, o medo da dor deve ser superado pela consciência. A travessia tem que ser feita. Somente por meio da confiança é que o amor pode fluir.