terça-feira, 17 de maio de 2011

O Coração sangra



O coração sangra. Não era pra ser assim, o trabalho dele é bombear o sangue para o resto do corpo. Mas ele sangra. Não é porque o time do Goiás perdeu o campeonato com um empate medíocre. Não é porque faz frio e vou dormir sozinho, faz frio e você vai dormir aí sozinha, tenho uma garrafa de vinho nesta terça mas não me atreveria a bebê-lo sozinho, nem é porque é terça feira, um dia depois da segunda, que acabou se tornando o meu pior dia. Na segunda me desentendo com tudo e com todos, na segunda você surta e eu saio de cena. Não há dia pior que a segunda feira.
O coração sangra. Não vou ouvir Mônica Salmaso, não vou ouvi-la por agora, nem ter você aqui por um bom tempo, o jeito é ouvir músicas que me alegrem, beleza. Só que tudo que eu ouvir vai me trazer você, porque tudo que ouço me lembra você, tudo que eu gosto de ouvir me traz você, a menos é claro que eu me disponha a ouvir os tais sertanejos (nem universitário?), pagode (argh!) mas acho que não, péssima idéia. Na boa, prefiro ficar triste mesmo! Antes só que uma péssima trilha sonora.
O coração sangra. Então vai sangrando ai que eu vou fazer o meu macarrão da terça infeliz da vida, mas ainda com muita fome. Isso de não ter você aqui comigo, isso de não poder ter você aqui comigo, tem deixado meu coração meio besta, o cérebro é mesmo muito esperto, guarda as lembranças, as vivências, as imagens que nunca se apagam, as canções que insistem em tocar do nada na memória, como se o cérebro fosse um mp3 ligado no modo aleatório, mas na hora de doer, é no coração que dói, é ele que sente esse trem todo.
O coração dói, talvez seja porque ele foi feito pra isso afinal, todo musculoso que é, todo fortão, cabe todo mundo, vai amando a torto e a direito, vê cara e não vê coração, torce pro time errado, ama uma mulher que mora longe, então precisa agüentar o tranco. Vai doer muito? Ah vai! Então vamos combinar assim: - A gente não vai amar mais certo? - Errado! A gente vai amar sempre.