sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A bruxa

Uma vez tive um começo de namoro ou coisa parecida com uma moça que se dizia bruxa. A danada não usava ‘bassoura’ muito menos tinha verruga no nariz. Era dessas bruxas modernozas, bonitas, com preocupações ambientais e sobretudo com o bem estar dos outros.

A garota também não fazia poções mágicas, apesar de adorar umas ervas meio exóticas, todas lícitas, por sinal.. . Falava de nomes de entidades esquisitas, lia obras com títulos nada a ver e, às vezes, entoava uns mantras que só por gzuis..



Apesar de o romance não ter vingado, foi com a garota aprendiz de feiticeira que agreguei uma das maiores e mais grudentas superstições da minha vida.

Ela me ensinou assim: “Vilmar, toda vez que você quiser muuuuito alguma coisa e, necessariamente, precisa ser alguma coisa do bem, imagine como se aquilo já tivesse acontecido ou fazendo parte de sua vida. Se quer aquele disco do The Doors, se imagine segurando ele, botando pra tocar, ouvindo o som dele. Se quer ir a um show, desenhe o espetáculo na sua cabeça, em detalhes. Se quer se casar, pense no altar, no padre, nas flores, no sim da noiva”.

De lá para cá, criei esse ‘vício’ imaginativo. Faço a tal mentalização antes de viagens, antes de conversas importantes, antes de tomar grandes decisões ou quando desejo muito que algo aconteça.

Vamos fazer esse exercício com o ano que começa, mentalizar todas as coisas que gostaríamos que acontecessem: um emprego melhor, o amor da sua vida, paz e comida para os povos que não tem, que a cerveja nunca te faça mal, que o seu time seja campeão, enfim que todos os nossos sonhos se realizem.