segunda-feira, 4 de julho de 2011

Comunhão Profana


Vejo-te bela entre brumas e fumaças

Deslizas pelo quarto parece ter asas

Cabelos negros, enovelados

Anjo nu sorri de olhinhos fechados

Abranda minha ferida, aninha-me ao peito

Amamenta minha fome



Meu hálito quente de desejo

Profana tua pele sagrada

Feridas se fecham, és anjo ou demônio?

Doçura e lascívia dançam no seu olhar

Teus lábios oram e beijam

Meus lábios pagãos

Meu céu é o teu abraço

Teus seios meu altar



Tua pele morena é o pão sagrado

Que nutre meu sonho

Minha boca trêmula busca o paraíso

No templo de seu corpo

Na comunhão de nossos desejos

A bênção do prazer



Noite profana, noite sagrada

Passa como cometa

Na madrugada todo desejo é sagrado

Teu corpo na cama repousa és santa

Ha pouco eras uma demente no cio

Dormes e és meu anjo

Vilmar Barros de Oliveira