Deslizas pelo quarto parece ter asas
Cabelos negros, enovelados
Anjo nu sorri de olhinhos fechados
Abranda minha ferida, aninha-me ao peito
Amamenta minha fome
Meu hálito quente de desejo
Profana tua pele sagrada
Feridas se fecham, és anjo ou demônio?
Doçura e lascívia dançam no seu olhar
Teus lábios oram e beijam
Meus lábios pagãos
Meu céu é o teu abraço
Teus seios meu altar
Tua pele morena é o pão sagrado
Que nutre meu sonho
Minha boca trêmula busca o paraíso
No templo de seu corpo
Na comunhão de nossos desejos
A bênção do prazer
Noite profana, noite sagrada
Passa como cometa
Na madrugada todo desejo é sagrado
Teu corpo na cama repousa és santa
Ha pouco eras uma demente no cio
Dormes e és meu anjo
Vilmar Barros de Oliveira