quinta-feira, 16 de junho de 2011

Compartilhar o prazer


Costumo reconhecer um bom amigo também pelos livros ou filmes que ele me recomenda e empresta claro. . Isso faz com que me sinta especial e querido. Sabe quando você lê um livro, ou vê um filme que gostou e se lembra de alguém? “fulano ia gostar desse livro”, “sicrana ia adorar essa cena”, “minha cunhada que é socióloga precisa ver e me explicar esse filme”. Tenho amigos assim graças ao bom Deus. Como a Silvia, que sempre se lembra de mim quando lê um bom livro, e a recíproca é verdadeira. E sou de opinião que alegria e bons momentos precisam ser compartilhados pra serem realmente bons, às vezes são momentos bons demais pra uma pessoa. Que graça tem você ver um bom filme sozinho, e não poder comentar com alguém, dividir a emoção, mostrar pra outra pessoa uma nuance que a ela passou batida. Há coisas que só dão prazer quando compartilhadas. Por isso estou postando aqui um dos prazeres que estou tendo: Pra dividir com o maior número possível de pessoas.
Estou lendo “O Clube do Filme” de David Gilmour (não, não é o guitarrista virtuose do Pink Floyd, mas tem o charme de ser homônimo dele). A história é um pouco incomum, uma cara desempregado, de uma hora pra outra, se vê incumbido de cuidar do filho de 15 anos que vai mal na escola. Não vou entrar em detalhes, mas resumindo: na falta de uma abordagem melhor pra lidar com o filho, com quem mal consegue dialogar, resolve propor a ele verem três filmes por semana e conversarem a respeito. A partir daí se estabelece entre pai e filho um outro tipo de relacionamento. Preciso dizer que fiquei com uma baita inveja do cara, imagine você construir um canal de comunicação com seu filho através do cinema? Isso estreita os laços afetivos, aumenta as afinidades, aumenta o grau de confiança mútua, além do prazer que proporciona estar compartilhando um bom filme com seu filho. Embora eles não vejam apenas bons filmes, filmes considerados ruins também são citados, até pra mostrar a diferença entre o bom e o ruim.
Ainda estou lendo o livro, mas gosto de lê-lo devagar, é preciso refletir sobre as dicas que o autor nos dá sobre cada filme, e ir vendo aos poucos a evolução do seu relacionamento com o filho. E como um prazer puxa outro, vou tentar ver os filmes citados no livro, a grande maioria até já vi, mas um bom filme é como uma viagem, a cada vez você vê coisas, detalhes que não viu antes, envolvido que estava com a história. 

terça-feira, 14 de junho de 2011

Dis-mois comment



Ah, si nous ne savons plus quelle heure Il est
Si  c’est mardi, si c’est Le mois de mai
Alors dis-moi coment jê dois partir

Si pour t’approcher
J’ai parcouru dês routes dérobées
Lês ponts derrière moi jê lês ai tous coupés
Où désormais pourrai-je revenir

Si nous, dans Le ballet de nos nuits éternelles
Avons mêlé nos jambes, dis-moi quelles
Seront les jambes qu’iront me conduire

Si c’est dans ma peau que tu prends ta chaleur
Si dans Le charivari de ton couer
Mon sang s’est égaré, trompe de veine

Si dans Le désordre de ta garde-robe
Voilà ma veste qui embrasse ta robe
Et mês chaussures qui se posent sur les tiennes

Si on ne connaît pás Le mot de La fin
Si dans mês mains je garde encore tes seins
Avec quel masque puis-je m’en sortir

Non, tu ne peux pás rester là, l’air de rien
Jê t’ai donné mês yeux, tu Le sais bien
Alors dis-moi comment jê dois partir


Esta é uma versão de "Eu te amo" de Chico Buarque para o francês, que foi gravada por Zé Luiz Mazziontti.
E um presente pra minha amada imortal.
Pra quem não sabe francês (eu inclusive) a letra em portugues, que eu sei de cor de tanto ouvir.


Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir

Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir

Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir

Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu

Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu

Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios inda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair

Não, acho que estás se fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir