Costumo reconhecer um bom amigo também pelos livros ou filmes que ele me recomenda e empresta claro. . Isso faz com que me sinta especial e querido. Sabe quando você lê um livro, ou vê um filme que gostou e se lembra de alguém? “fulano ia gostar desse livro”, “sicrana ia adorar essa cena”, “minha cunhada que é socióloga precisa ver e me explicar esse filme”. Tenho amigos assim graças ao bom Deus. Como a Silvia, que sempre se lembra de mim quando lê um bom livro, e a recíproca é verdadeira. E sou de opinião que alegria e bons momentos precisam ser compartilhados pra serem realmente bons, às vezes são momentos bons demais pra uma pessoa. Que graça tem você ver um bom filme sozinho, e não poder comentar com alguém, dividir a emoção, mostrar pra outra pessoa uma nuance que a ela passou batida. Há coisas que só dão prazer quando compartilhadas. Por isso estou postando aqui um dos prazeres que estou tendo: Pra dividir com o maior número possível de pessoas.
Estou lendo “O Clube do Filme” de David Gilmour (não, não é o guitarrista virtuose do Pink Floyd, mas tem o charme de ser homônimo dele). A história é um pouco incomum, uma cara desempregado, de uma hora pra outra, se vê incumbido de cuidar do filho de 15 anos que vai mal na escola. Não vou entrar em detalhes, mas resumindo: na falta de uma abordagem melhor pra lidar com o filho, com quem mal consegue dialogar, resolve propor a ele verem três filmes por semana e conversarem a respeito. A partir daí se estabelece entre pai e filho um outro tipo de relacionamento. Preciso dizer que fiquei com uma baita inveja do cara, imagine você construir um canal de comunicação com seu filho através do cinema? Isso estreita os laços afetivos, aumenta as afinidades, aumenta o grau de confiança mútua, além do prazer que proporciona estar compartilhando um bom filme com seu filho. Embora eles não vejam apenas bons filmes, filmes considerados ruins também são citados, até pra mostrar a diferença entre o bom e o ruim.
Ainda estou lendo o livro, mas gosto de lê-lo devagar, é preciso refletir sobre as dicas que o autor nos dá sobre cada filme, e ir vendo aos poucos a evolução do seu relacionamento com o filho. E como um prazer puxa outro, vou tentar ver os filmes citados no livro, a grande maioria até já vi, mas um bom filme é como uma viagem, a cada vez você vê coisas, detalhes que não viu antes, envolvido que estava com a história.