Quem nunca sentiu uma, ou várias paixões, ardentes, avassaladoras, fugazes, doloridas, longas, curtas, incendiárias, decepcionantes ou até com finais felizes?
Com perda de apetite, coração batendo descompassado, frio na barriga, mãos suando frio, perda completa da noção de sensatez. Sim a paixão nos tira do chão, nos despe de preconceitos, tabus, regras e moral estabelecida. A paixão nos deixa sem ar, e ao mesmo tempo nos faz flutuar.
Torna-nos crianças novamente, sem juízo, sem culpa e completamente perdidos no tempo e no espaço. Nos cega aos defeitos do outro, aos limites da razão, as possibilidades reais de que a paixão que se vive dê certo ou não.
Quando nos apaixonamos, não pedimos credenciais ao nosso objeto de paixão. o aceitamos como é, na verdade sem enxergar muito bem os defeitos. nos apaixonamos por um par de tênis, um vestido, ou uma jóia da vitrine, um carro novo. E ai quando conseguimos conquistar o objeto de nossa paixão, quando finalmente podemos tocar aquele ou aquilo que agora é nossa “propriedade” nos desencantamos depois de um tempo, ao perceber que a expectativa era bem maior do que a realidade.
Se o objeto da paixão é uma pessoa, após a conquista podemos enxergar o que não víamos antes, a voz é irritante, o cheiro deixa de ser agradável, ela anda de um jeito estranho. o que acontece?Nada de exepcional, apenas descobrimos que o que a pessoa “tinha” de bom nada mais era que uma projeção de nossos desejos, ai vem o desapontamento, perde-se o encanto, não era o que esperávamos.
Mas não é sempre assim, ao conhecermos melhor a pessoa podem acontecer duas coisas: total desapontamento ou confirmação de grande parte das qualidades que projetamos no nosso objeto de paixão. Ai surge o amor, que pode nascer de uma paixão incontrolável, ou de um conhecer a alma do outro um pouco melhor.
Só amamos a quem respeitamos, e só respeitamos a quem admiramos, é simples assim. A única forma de amor incondicional é a que sentimos pelos filhos. Todas as outras formas de amor nascem da admiração e do respeito que sentimos por alguém. Obviamente isso pode nascer de uma paixão, ou não.
Não, eu não sou um especialista no assunto, sou apenas alguém que já se apaixonou algumas vezes, que já sofreu bastante por isso, que jurou nunca mais se apaixonar. Feridas cicatrizadas, amou outras tantas, então, acreditem um dia a gente aprende, a grande diferença entre amor e paixão: Enquanto uma "é fogo que arde sem se ver é ferida que dói e não se sente", o outro, o amor, é sereno, dá paz, segurança e conforto, como deve ser.